Sopa de Letras


Nesta sopa de letras podemos encontrar 20 palavras relacionadas com o livro do Papalagui tanto na horizontal, vertical como na diagonal.

As palavras são:
consciencia, cabanas, tuiavi, deus, esteiras, aldeias, mago, maquinas, pensamentos, comportamentos, realidade, papalagui, missionario, natureza, fogo, branco, hábitos, vidas, cidade e europa.

"Das profissões do papalagui e da confusão que daí resulta"

Todos os papalagui têm uma profissão. Coisa que qualquer pessoa devia ter vontade de fazer, mas que raramente tem. Ter uma profissão significa fazer sempre a mesma coisa, acabar por fazer sem esforço, de olhos fechados.
Há profissões para homens e para mulheres.
A mulher abandona a sua profissão quando se casa, já o homem nessa altura é que se consagra a ela. Qualquer Alii só dará a sua filha em casamento a um pretendente que exerça já uma profissão.
Todos os rapazes brancos, antes das tatuagens da puberdade, são obrigados a decidir o trabalho que irão fazer para o resto da vida. Chama-se a isto escolher uma profissão.
Se um Alii escolher para sua profissão tecer esteira, é levado por um velho Alii a um tecelão de esteiras. Este mostra então ao rapaz como se faz como se tece. Quando este finalmente consegue, abandona o mestre e diz-se então “ter uma profissão”.
Qualquer Papalagui correrá o risco de perder a honra se disser “não posso fazer este trabalho, pois não sinto qualquer satisfação com isto!” Mudar a profissão é contrário a moral.
Cada Papalagui faz de cada acto uma profissão, desde que faça qualquer coisa quer com a mão quer com a cabeça, transforma tudo o que bem é capaz de fazer numa profissão. A maior parte destes homens sabe fazer o que constitui a sua profissão; o chefe de tribo mais importante não sabe prender a sua rede a uma trave, nem lavar a malga apesar da sua grande sabedoria, do seu espírito e da força do seu braço.
Os Papalagui têm direito de exercer apenas a sua profissão.
Há menos palmeiras nas ilhas do que os europeus de cor cinza e isto porque o seu trabalho não lhes causa qualquer prazer, devora toda a sua alegria e nem lhes da um fruto ou uma folha. É por isso que os indivíduos de diferentes profissões se odeiam ferozmente uns aos outros; estabelecem uma diferença entre profissões nobres, profissões baixas se bem que todas as profissões não passam de actividades parciais.
Um ser humano saudável sente-se realmente feliz quando todas as partes do seu corpo vivem em harmonia com os seus sentidos, e não quando apenas uma parte do seu corpo esta a funcionar.
O Papalagui vive desvairado por causa da profissão que tem. É claro que não o quer reconhecer. É sempre com alegria e nunca com acabrunho que qualquer habitante destas inúmeras ilhas, qualquer irmão nosso digno desse nome, faz o seu trabalho. É isso que nos diferencia dos brancos. O grande espírito não quer, de certeza, que nos tornemos cor de cinza por causa da profissão, que nos arrastemos como uma tartaruga ou rastejemos como um molusco do fundo do lago. Quer ver-nos isso sim, firmes e altaneiros em tudo quando fizermos, sem nunca perder a alegria do olhar e a agilidade dos membros.
Taís

“O Papalagui quer arrastar-nos para as suas trevas”

O chefe da tribo de tiavéa, Tuiavii, afirma que foi o Papalagui que lhes trouxe a luz de que precisavam, pois viviam em plena escuridão, ou seja, levou-os até Deus ensinando-os a amá-lo, “ O missionário do Papalagui ensinou-nos, em primeiro lugar, o que é Deus; desviou-nos dos nossos antigos deuses (…) “, “ (…) tirar-nos todos os canos de fogo e demais armas a fim de vivermos em paz uns com os outros, como bons cristãos (…) “.
Papalagui recebeu a luz de Deus muito antes de Tuiavii mas, “ (…) o Papalagui limita-se a empunhar a luz, a estende o braço para alumiar os outros, pois que ele próprio, ou seja, o seu corpo, continua nas trevas. Muito embora a sua boca proclame o nome de Deus e as suas mãos arvorem a luz, o seu coração vive longe de Deus. “. Portanto, Papalagui não segue a palavra e o caminho que Deus lhe diz, Tuiavii diz-nos que apesar de Papalagui lhes ter trazido a luz de que precisavam, não vão cair nas trevas dele, pois trouxe a palavra de Deus, mas não entende e não cumpre os seus mandamentos e preceitos. “ A boca e a cabeça compreenderam, mas não assim o corpo. A luz não conseguiu penetrá-lo nem reflectir-se nele (…) “.
A palavra de Deus é estranha para Papalagui e Deus “ (…) continua a ser-lhes estranho (…) “. Tuiavii critica, o facto de o Papalagui dizer-se cristão, pois “ Ser cristão quer dizer: amar, acima de tudo, Deus Todo-Poderoso, amar os nossos irmãos e só depois amarmo-nos a nós próprios. “. As palavras “Cristão”, “Deus”, “Amor” estão na boca de Papalagui, mas todas elas tropeçam na língua dele.
Com tudo isto, Papalagui trata Tuiavii como selvagem, mas esquece-se de que na Europa é onde se degolam uns aos outros, é onde os Papalaguis se tornam loucos varridos. Contudo, “Que Deus nos ajude a não nos deixarmos ofuscar pela sua luz a pontos de nos perdermos no caminho; antes ilumine todas as veredas, de modo a podermos caminhar banhados por essa maravilhosa luz, e assim nos amarmos uns aos outros, e assim fazermos muitas talofas (actos de amor) nos nossos corações! “.

Tagaloa

“A grave doença de estar sempre a pensar”

Papalagui é um ser que pensa exageradamente, “ (…) ele próprio é objecto dos seus pensamentos (…) ”. Segundo Tuiavii, pensar para Papalagui já se torna numa necessidade, num hábito, por isso, pensa continuamente, não conseguindo assim, aproveitar as coisas boas que a vida nos dá no nosso quotidiano, “ Na maior parte do tempo vive apenas com a cabeça, enquanto os sentidos dormem um profundo sono. “.
Este ser pensador, se pensa em coisas alegres, não sorri e, se pensa em coisas tristes, não chora. Papalagui é um ser dominado entre os seus sentidos e o seu espírito, estando dividido em dois.
Tuiavii diz-nos que quando se pergunta ao Papalagui “Porque é que pensas assim tanto” ele tem como resposta “Para não ficar estúpido”, ou seja, um Papalagui que não pense é considerado “ valéa ” (estúpido).
O pensamento é algo que faz o homem se desviar do seu caminho. Os pensamentos, quer sejam bons ou maus são imediatamente projectados sobre “ (…) finas esteiras brancas (…) ”, isto é, a impressão dos pensamentos. Depois, de os Papalaguis comprimirem as várias esteiras brancas, formam-se os pequenos maços, a que chamamos de livros e, “ (…) Quem absorver esses pensamentos ficará imediatamente contaminado (…) “.
Portanto, para quem não pensa, será bom começar a pensar como Papalagui? “ Não! “. Com tudo isto, Papalagui só nos prova, que não devemos roubar tempo da nossa vida a pensar e, devemos sim, de a aproveitar.

Tagaloa

"Do lugar onde se simula a vida e dos muitos papéis”



O início deste capítulo começa por nos dizer que o Papalagui compara sua vida com o mar, “…, pois tal como o mar não pode existir sem água, assim também a vida a Europa não pode existir sem aquele lugar onde se simular a vida, e sem os muitos papéis.”. Esta frase retirada do texto explica mais ou menos o que o Papalagui acha do cinema e dos jornais, no qual ele vai criticar.
Então, o Papalagui começa por referir que o cinema é um sítio grande e escuro, que não se reconhece ninguém lá dentro e que todos estão apertados, sentados numas tábuas estreitas voltadas para uma parede. O barulho que vem debaixo dessa parede parece um chinfrim que tem por objectivo distrair e enfraquecer os sentidos das pessoas, para fazer acreditar que o que se está a ver é real, “e no meio dessa luz surgem uns homens, homens autênticos, semelhantes a verdadeiros Papalaguis, e vestidos como eles. Mexem-se, andam para um lado e para o outro, correm e saltam como se vê fazer por toda a Europa.”, “Se a gente lhes quisesse tocar, logo veria que isso era impossível. Que são feitas de luz, apenas.”. Então conclui que o cinema é uma vida fictícia dentro de uma sala escura.
Para Papalagui, um jornal é “uma esteira de fine tapa branca, dobrada uma vez, depois dividida, dobrada uma vez mais, e coberta, por todos os lados, de minúsculas inscrições”. Papalagui diz que o jornal lhe enche a cabeça todos os dias, pois lêem o que os chefes de tribo de mais alta estirpe dizem dos seus fonos, diz também tudo o que eles têm e fazem durante o dia-a-dia. Diz que os jornais são maus para o nosso espírito, não só porque relatam o que se passa, mas também porque nos dizem o que devemos pensar disto ou daquilo. Para ele, jornais também são uma espécie de máquina, porque são fabricados diariamente novos pensamentos.
Conclui então que Papalagui é “um ser fraco e meio perdido, que preza o que não é real, que perdeu a noção do real, que confunde a luz com a sua imagem e a vida com uma esteira coberta de inscrições.”.


Aitu

"O Grande Espírito pode mais do que a maquina"


Tuiavii de Tiavéa, homem autêntico na sua maneira de sentir e de olhar, ajuda-nos a entender como perdemos o sentido do Homem, num discurso dirigido a sua tribo de Tiavéa.
Neste capítulo, começa por se confrontar com o facto do Papalagui fazer imensas coisas de que a sua tribo nunca será capaz de fazer e compreender mas que também não inveja. Contudo, teme que percam a esperança em si próprios ao admirarem o poder de Papalagui.
Para Tuiavii, tudo o que o Papalagui faz é com o objectivo de conseguir dominar o mar, o céu e a terra e assim, tornar-se semelhante ao Grande Espírito, apropriando-se de todos os seus poderes. Mas o Grande Espírito é maior e mais poderoso do que o Papalagui e as suas maquinas. É o Grande Espírito que domina a morte e a quem obdecem em primeiro lugar todas as forças da natureza. Por isso, afirma que fracos são os que se deixam impressionar com as coisas de que o Papalagui é capaz de fazer pois estas, não têm mais valor do que os seus trabalhos. Até porque, todas as obras fruto da força da maquina do Papalagui têm fragilidades e não possuem o amor que existe em todo o objecto saído das nossas próprias mãos.






"Nenhuma dessas suas máquinas, nenhum desses seus artifícios e feitiçarias foi capaz ainda de prolongar a vida, de tornar uma pessoa mais alegre e feliz"





Talofa

“ O papalagui tornou Deus mais pobre ”

Papalagui tem uma maneira confusa de pensar, está sempre a pensar o que lhe será útil ou não, preocupando-se mais consigo próprio do que com os homens em geral.
“ A palmeira é minha ”, diz Papalagui, mas é só dele porque ela cresce, é lhe útil. “Meu” e “Teu” são palavras que usa bastante, meu é aquilo que só lhe pertence e que ninguém tem o direito de tocar, teu é aquilo que só pertence aos outros. Ladrões, um termo um pouco humilhante, são chamados àqueles que tocam no “meu” do Papalagui, coisas que ele mesmo se apropriou, convencendo-se que foi Deu que lhe deu tudo aquilo e que tudo lhe pertence.
Os “meus” são muito utilizados mas os que têm poucos “meus” não roubam nem magoam a Deus, Papalagui rouba a Deus sem ter mínimo de vergonha, sem ser capaz de agir de outro modo, desrespeita os mandamentos de Deus, cria as suas próprias leis. Com tantos “meus” e “teus” já lhe tiraram quase tudo. Deus manda-lhe inimigos, faz com que haja luta entre os que têm pouco ou nenhum poder e os que dele se apropriam, tirando assim a alegria de viver.
O poder do “meus” faz com que Papalagui não pense nos outros e não vá à procura dos que nada têm, sem amor e respeito pelos irmãos, não partilha os seus “meus” com eles, ignorando Deus e desrespeitando-o também e àquilo que ele nos deus, que é tanta coisa maravilhosa para gozarmos e sermos felizes, todos e não só alguns.
“Quando Deus guarda tudo na sua mão justa não há lutas nem misérias”, papalagui quer crer que “Nada pertence a Deus” “É a ti que pertence tudo quanto consigas abarcar com as tuas próprias mãos”.
Manhoso, egoísta, invejoso, insensato e injusto Papalagui a ti faltam-te estas palavras:

“O que a mim me pertence, pertence-te a ti também”
“Tudo pertence a todos, tudo pertence a Deus”
Laú (meu)

"O Papalagui nunca tem tempo"


No nosso dia-a-dia, ouvimos muitas vezes as palavras "Não tenho tempo". É precisamente disso que o Tuiavii fala neste capítulo: o tempo e a falta deste.
O chefe de tribo de Tiavéa começa por dizer que levamos o tempo muito a sério, que o Papalagui nunca está satisfeito com o tempo que tem e culpa o Espírito Grande por não ter dado mais. E continua dizendo que o homem chega mesmo a blasfemar contra Deus por causa disso.
Faz grande confusão ao Tuiavii o facto do Papalagui "cortar" o tempo em pedaços como no segundo, o minuto e a hora. Também na sua vinda a esta terra "estranha", o chefe repara que o Homem branco anda sempre com um relógio, praticamente desde o nascimento até à velhice. Esteja o relógio ao pescoço, ao pulso ou mesmo "no cimo das mais altas cabanas", mas temos sempre por perto um relógio para nos indicar as horas. Como nós, os Papalaguis, vivemos obcecados com o tempo, sabemos com exactidão quanto tempo estamos na Terra e diz o Tuiavii que isso é um perigo pois foi assim que se determinou quantas luas, em geral, dura a vida dos homens.
O chefe de tribo destaca o facto de que nós, mesmo tendo todo o tempo do mundo, não conseguimos ser felizes porque estamos sempre a pensar que poderíamos estar a fazer algo melhor ou mais produtivo. Diz que nós estragamos o prazer com a ideia de "não tenho tempo para ser feliz". Acusamos mil e uma coisas de nos roubarem o tempo e causamos terror e desgraça onde quer que estejamos só porque perdemos tempo. É por causa disto que corremos atrás do tempo, porque queremos sempre mais e a ideia de o perder é aterrorizador, segundo Tuiavii.
Como última nota o observador deste mundo "estranho" diz que o Papalagui ainda não se apercebeu do que o tempo é, por isso é que o maltrata, gasta e estraga. Na terra do chefe de tribo, eles não se queixam do tempo. Eles amam-no e acolhem-no. Nunca correm atrás dele e não o cortam em pedaços. Por isso é que eles são felizes, não se preocupem com o tempo, ao contrário do Papalagui.


Agagá

"As muitas coisas tornam o Papalagui mais pobre"

Neste capitulo Tuiavii, chefe de tribo de Tiavéa nos mares do sul, critica o Papalagui por querer criar ainda mais coisas para além das que o Grande Espírito nos dá, “O Papalagui julga-se capaz de criar tais coisas, julga-se tão forte como o Grande Espírito.”. Este acha indispensável criar ainda mais coisas e, por esse motivo, diz que Papalagui é pobre pelo facto de precisar de tanta coisa, coisas essas que ele próprio cria “É sinal de pobreza o homem precisar de tanta coisa; mostra, com isso, que é pobre em coisas do Grande Espírito. O Papalagui é pobre porque está obcecado pelas coisas.”.
Tuiavii refere que as cabanas Europeias estavam “carregadas” de coisas criadas pelo homem ao contrário das cabanas deles e, por isso mesmo, é praticamente impossível o Papalagui pensar em viver sem elas. Por esse motivo, Tuiavii faz uma comparação criticando o homem “ (…) Há na Europa homens que encostam a arma de fogo à sua própria fronte, porque preferem deixar de viver do que viver sem as coisas. (…) Papalagui convence-se a si próprio que não pode viver sem as coisas, do mesmo modo que um homem não pode viver sem comer.”
Papalagui é visto como alguém que não sabe aproveitar o que o Grande Espírito nos deu, alguém que nunca se contenta com o que tem, quer sempre mais. “ (…) Grande Espírito (…) Ele deu-nos olhos para ver as suas coisas. (…) Nunca da boca do homem branco saiu mentira maior do que esta que ele diz: «As coisas do Grande Espírito não servem para nada; só as coisas do homem são úteis, muito úteis, as mais úteis!»”

Escolopendra

“Do metal redondo e do papel forte”

Este capítulo fala-nos sobre o valor do dinheiro. Tuiavii diz que a grande divindade do homem branco é o metal redondo e o papel forte a que ele chama dinheiro. Ao falar-se a um europeu do Deus do amor, ele faz uma careta e sorri. Sorri de tão ingénua maneira de pensar.
Quando lhe estendem uma peça de metal redondo e brilhante ou um papel grande e forte, logo os seus olhos brilham e a saliba lhe assoma os lábios. O dinheiro é o objecto do seu amor, o dinheiro é a sua divindade “Todos os homens brancos pensam nisso até mesmo a dormir”.
Todos os europeus só falam em dinheiro. Para Tuiavii o dinheiro é deus, se considerarem aquilo que mais se adora. Tuiavii salienta que nas terras do homem branco é impossível viverem sem dinheiro. Diz que na Europa só há uma coisa que ele se lembra que ainda não se paga: respirar o ar.
Tuiavii comenta que no mundo dos brancos a importância de um homem não é determinada pela sua bravura, nem pela sua coragem, nem pelo fulgor do seu espírito, mas sim pela quantidade de dinheiro que possui.
Diz o Tuiavii que os homens não podem ter todos o mesmo dinheiro, nem sentar-se todos juntos ao sol. É graças a esta doutrina fomentada pelo dinheiro que ele se permite ser cruel.
Tuiavii diz :”Quem não gosta de dinheiro é alvo de zombarias. É valea (Parvo)”;”A riqueza – isto é, ter muito dinheiro – forma uma pessoa feliz!”
Andreia Mota

"Das arcas de pedra, das gretas de pedra, das ilhas de pedra e do que entre elas há"

Neste capítulo é feita uma descrição à vida do Papalagui, onde Tuiavii diz que "o Papalagui mora, como o mexilhão do mar, dentro de uma concha dura", sendo a sua vida comparada a um baú semelhante a uma cabana, que são as casas do Papalagui.
Tudo o que envolve o Papalagui tem nomes dados por ele, de forma a materializar esse tudo que o rodeia. Tal como noutros capítulos veremos que o Papalagui pensa demasiado e o facto de ele dar nomes a tudo, faz com que a vida perca o interesse.
Cada Papalagui, possui a sua aiga, mas normamelmente ninguém sabe nada da outra aiga, sendo feita uma crítica , no meu ponto de vista, à falta de socialização que existe entre os Papalagui. Para além disso, o Papalagui é falso uma vez que é referido que este cumprimenta de má vontade os outros que o rodeiam.
Segundo Tuiavii, a vida de um Papalagui é uma vida que um Samoano nunca teria, pois é impossível que um homem não morra nos "baús de perda", rodeados de fumo de cinza, num lugar onde ninguém liga à Natureza e ao que ela tem de belo. Mesmo sabendo que o mundo do Papalagui o prejudica a ele próprio, este continua a "percorrer as gretas", tendo orgulho da cidade e do que cria, sem sequer conhecer a Natureza.
"O Papalagui é um indivíduo de um bom senso algo singular. Faz imensas coisas sem sentido que o poem doente e, apesar disso, gaba-se e vangloriza-se delas."
Mesmo quando o Papalagui quer transmitir os seus sintimentos, fá-lo utilizando métodos que ele próprio cria, soprando mensagens como um simples talofa (=amo-te), em fios metálicos que se estendem.
O Papalagui é comodista, achando que tudo está bem como está, apesar de Tuaivii achar que o Papalagui é infeliz, ao contrário dos que continuam "fiéis ao Grande Espírito".
"Quanto a nós, filhos livres do sol e da luz, desejamos continuar fiéis ao Grande Espírito e não sobrecarregar com pedras o seu coração. Só indivíduos desvairados e doentes, homens que largaram a mão de Deus, serão capazes de viver felizes entre gretas daquelas, sem sol, sem luz e sem vento."
Taopoú

"De como o Papalagui cobre as carnes com inúmeros panos e esteiras"

Logo no primeiro capitulo é nos visível a violenta colisão entre as culturas do Papalagui e do chefe da tribo Tiuavii.
Confrontamo-nos com o facto do Papalagui se vestir de maneira diferente comparado com o chefe da tribo. Este não cobre tanto o corpo comparado com o chefe da tribo.
Neste capitulo temos ainda a referencia que na Europa uma vez que um Papalagui se tornou muito conhecido pois ele dispensava o calçado, andando descalço.
Siva
O Papalagui é uma obra simples em que é feita uma crítica à sociedade ocidental.
Este texto descreve-nos o comportamento do Papalagui feito pela personagem principal, o chefe da tribo Tuiavii de Tiavéa.
Papalagui significa, o branco, o estrangeiro que quer ser como Deus, quer controlar a água, o fogo e tudo o que o rodeia segundo o que nos é descrito por Tuiavii.
Papalagui não sabe o que é andar descalço e sentir a terra, vive sofocado em cidades cheias de pr´´edios, que não deixam ver a floresta ou o céu azul, onde o ar é poluído, o ruído é imenso e a movimentação é frenética; adora o dinheiro, vive obcecado por ter coisas, mas é pobre em coisas do grande espirito; nunca tem tempo, leva toda a vida a correr, e já não sabe o que é caminhar alegremente; é um ser meio perdido, que presa a vida fícticia do cinema e dos jornais (e hoje da televisão), que confunde a luz com a sua imagem, que pensa de forma pré-formatada; não pára de pensar, vive tão dominado pelos seus pensamentos que não vive, não sente; e ainda quer convertar os outros povos á sua imagem.
O objectivo deste livro é essencialmente compreender e interpretar os motivos culturais que levam à discrepancia entre a forma como nos vimos a nós mesmos dentro da nossa cultura e como o outro nos vê a nós.
Esta leitura baseia-se num confronto entre duas culturas que são representadas pelo Papalagui e pelo chefe da tribo.
Em todos os capitulos deste livro é notório o choque cultural que o chefe da tribo Tuiavii de Tiavéa sofreu ao entrar em contacto com Papalagui.
É realmente um livro que nos leva a pensar se a nossa forma de viver será a mais correcta. Não deveríamos nós partilhar a nossa casa com quem não tem? Ou partilhar comida? Será que todas estas "coisas" que possuimos farão realmente falta? Não deveríamos todos nós ter os mesmo direitos? São nestas perguntas que Tuiavii nos faz pensar.